Da Redação

Chegou ao conhecimento da Gazeta do Triângulo, que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Araguari está passando por dificuldades que impedem o atendimento adequado aos pacientes diagnosticados com Covid-19. Segundo relatos do diretor clínico da Missão Sal da Terra, responsável pela administração do local, a UPA não possui sedativos disponíveis, além de trabalhar em um ambiente inadequado para o tratamento da doença.

Ao redefinir alguns aspectos do atendimento no local, também foi designada uma ala isolada para atender os pacientes infectados pelo novo coronavírus. Entretanto, os relatos dizem que o local não obedece aos requisitos técnicos estipulados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com a direção, a unidade está com nove pacientes com suspeita de Covid-19, destes, três estão em estado grave.

Em esclarecimento sobre a situação para a reportagem, o subsecretário de Saúde, Saulo Borges, destacou que a Prefeitura tem o contrato estabelecido com a UPA, decorrente do repasse de recursos para custear os insumos, fármacos, equipamentos de proteção individual (epi’s), entre outros. É responsabilidade de UPA, a compra dos materiais necessários ao desenvolvimento do trabalho.

Saulo Borges informou que o pagamento para a unidade é feito em parcelas que estão todas em dia. Ele ainda disse que a diretoria da UPA declarou uma divergência de valores e solicitou um aumento de insumos, epi’s e do próprio sedativo. O subsecretário explicou que, como a Missão Sal da Terra é uma Organização de Saúde, existem muitas portarias que regem o contrato estabelecido entre ela e o poder público, que não permitem alterações a qualquer modo e momento.

“É um processo demorado em que estamos tentando ajudar devido à pandemia, mas que, precisamos fazer toda análise, pois, estamos falando de dinheiro público. O Hospital de Campanha também é uma ajuda para a UPA, porque é considerado como um anexo da rede municipal de saúde, que inclui UPA e Santa Casa da Misericórdia”.

Sobre o pedido específico do sedativo, o subsecretário de Saúde contou que o Hospital de Campanha sofre com o mesmo problema pela falta do produto, tal qual a Santa Casa, que ainda faz o processo de intubação dos pacientes em estado grave. Ele ressaltou que o produto está em falta no mercado durante essa pandemia.

“Não é porque falta pagamento da Prefeitura ou outra coisa. Inclusive, mesmo que a gente não tenha feito pagamento, eles teriam que ter comprado isso porque está no contrato. Não entramos nessa parte, fazemos o pagamento e é tudo repassado para a UPA”, destacou o secretário.

A reportagem entrou em contato com a Missão Sal da Terra que, através de sua assessoria, apenas destacou que a unidade tem se responsabilizado pela estadia de pacientes por mais de 24 horas, situação que contribui para o aumento do uso de medicamentos e demais materiais hospitalares, além de depender de equipamentos estabilizadores e equipe assistencial para atendimento contínuo.

“Situação essa que, infelizmente, foi agravada com a reestruturação necessária da UPA Araguari para atendimento dos casos de Covid-19, com o isolamento dos pacientes suspeitos dos demais, e com a dificuldade de transferência de pacientes para leitos de referência em Araguari e região”, completou.