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Coluna: Pergunte ao doutor (18/03)

qui, 18 de março de 2021 00:54

1-O que é Março Roxo?

A epilepsia é uma doença que pode ser prevenida e tratada. O não tratamento pode levar a morte. Infelizmente, a doença ainda é mal compreendida pela população, o que a cerca de estigma e preconceito. Ainda há quem acredite que epilepsia é doença contagiosa, mental, espiritual, castigo de Deus. E esse pensamento incorreto a respeito da doença pode inclusive atrasar o início do tratamento aos seus portadores. Os portadores de epilepsia sofrem preconceito em vários setores da sociedade, no trabalho, escola e até dentro da própria família. E para a quebra desse preconceito, movimentos de apoio aos portadores são essenciais na divulgação de informações adequadas a respeito da doença.

Em 26 de março acontece no mundo inteiro o Dia Mundial da Conscientização da Epilepsia. A data foi criada em 2008 pela canadense de nove anos Cassidy Megan, numa parceria com a Associação de Epilepsia da Nova Escócia (EANS). A intenção é mobilizar as pessoas para aumentar a consciência sobre a doença, que afeta cerca de 1% da população em todo o mundo e que acomete 2% entre os brasileiros, segundo a Liga Brasileira de Epilepsia. A canadense que criou essa iniciativa escolheu o tom roxo, que representa o isolamento vivido por muitas pessoas que têm esse distúrbio.

Sua fundadora escolheu a cor roxa como símbolo da causa, inspirada na flor de lavanda frequentemente associada à solidão, pois representa o isolamento que muitas pessoas afetadas pela epilepsia vivem.

 

2-Qual é o objetivo da campanha?

Combater o preconceito por meio da disseminação da informação. Esse é o objetivo da campanha “Epilepsia – Abrace esta causa”, coordenada pela Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) no dia 26 de março, “Dia Mundial da Conscientização da Epilepsia”.

 

A desinformação é uma das principais causas para o aumento do preconceito para com os portadores da doença. Dessa forma, afirmativas de que a epilepsia é contagiosa, mesmo não sendo, ainda são bastantes frequentes entre as pessoas. Em outras palavras, essa desinformação só aumenta a profundidade desse poço da discriminação. É importante lembrar que a epilepsia é uma doença neurológica e, portanto, não contagiosa. A informação ainda é o melhor remédio para combater os estigmas e preconceitos em torno dos pacientes que sofrem com esse distúrbio. Essas pessoas merecem ser tratadas com muito respeito, porque já enfrentam uma grande adversidade, que é lidar com as crises convulsivas em meio à rotina de trabalho ou estudo.

 

 3-O que é crise convulsiva?

A crise convulsiva ou convulsão ocorre devido a um aumento excessivo e desordenado da atividade elétrica das células cerebrais, nesse caso os neurônios. Esta atividade elétrica alterada, é em muito dos casos, o causador das alterações motoras de uma crise convulsiva, muitas vezes caracterizada por movimentos desordenados, repetitivos e rápidos de todo o corpo. Além disto, a convulsão também pode ocasionar perda temporária de consciência, aumento da salivação, ranger de dentes, perda do controle do processo urinário e defecação.

 

4-Qual é estimativa de pessoas com epilepsia no mundo?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença atinge mais de 50 milhões de indivíduos no mundo, com estimativa de que 3,5 milhões não recebem ou não fazem o tratamento adequado. Na América Latina, são quase 8 milhões convivendo com a doença, sendo 3 milhões brasileiros.

 

5- É possível ter uma crise convulsiva e não ser epiléptico?

As crises convulsivas nem sempre estão associadas com a epilepsia, pois diversos fatores podem desencadeá-la, tais como: febre alta; diminuição do açúcar no sangue; desidratação; febre alta; pancadas fortes na cabeça; perda excessiva de sangue; tumores; intoxicações por álcool, medicamentos ou drogas ilícitas, ansiedade, cansaço, privação de sono, dentre outros fatores.

 

6-A crise convulsiva é contagiosa?

A crise convulsiva não é um processo contagioso ou transmissível, sendo assim, não há qualquer risco para aquele que auxilia um indivíduo nesta condição.

 

7- O que fazer quando deparamos com uma pessoa com crise convulsiva?

  • Mantenha-se calmo e acalme as pessoas ao seu redor;
  • Evite que a pessoa caia bruscamente ao chão;
  • Acomode o indivíduo em local sem objetos dos quais ele pode se debater e se machucar;
  • Utilize material macio para acomodar a cabeça do indivíduo, como por exemplo, um travesseiro, casaco dobrado ou outro material disponível que seja macio;
  • Posicione o indivíduo de lado, de forma que o excesso de saliva ou vômito (pode ocorrer em alguns casos) escorram para fora da boca;
  • Afrouxe um pouco as roupas para que a pessoa respire melhor;
  • Permaneça ao lado da vítima até que ela recupere a consciência;
  • Ao término da convulsão, a pessoa poderá se sentir cansada e confusa, explique o que ocorreu e ofereça auxílio para chamar um familiar. Observe a duração da crise convulsiva, caso seja superior a 5 minutos sem sinais de melhora, peça ajuda médica.

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